A animação na história da publicidade do Brasil

Em 2017 a animação no Brasil fez 100 anos! Em janeiro de 1917 foi lançado o primeiro curta-metragem de animação no Brasil, “O Kaiser“, do diretor Álvaro Martins (cujo apelido era Seth). Esse filme se perdeu no tempo mas em 2013 oito animadores se juntaram de forma colaborativa e fizeram uma homenagem a esse marco da história de nossa animação. Em cada cena foi usado uma técnica diferente.

Em 1950 chega a televisão no Brasil, que como o radio, revoluciona a vida brasileira. Os “Anos de Chumbo”, como foram chamados os 20 de ditadura, marcaram até hoje a vida do brasileiro. O grande anunciante era o governo. Deu-se também o boom das telecomunicações e da Comunicação. As rádios FM conquistam um público impressionante. A TV a cores muda mais uma vez a propaganda. Na mídia impressa, o off-set e roto gravura abrem caminho para o padrão de qualidade na propaganda.

A Gotinha da Esso, em nosso país, nascia na prancheta de Roland Tompakow, em junho de 1950. Nascia namorando num posto de gasolina, sob o olhar complacente de um guarda noturno.

Mas foi na década de 60 que aconteceu o boom da animação na publicidade. E Ruy Perotti foi o grande destaque desse mercado, que formou uma geração de animadores voltados para a publicidade, como Walbercy Ribas, Luiz Briquet, e Daniel Messias. Perotti criou personagens como: Sujismundo, Satanésio, Variguinho, dentre outro.

No período de 1960 à 1970, as agências norte-americanas ditaram as normas de criação. Veio então a época mais japonesa (copiar, diminuir, baratear), que foi muito positiva, pois resultou em uma melhoria expressiva do ponto de vista de padrão criativo. Com a inauguração de Brasília, acreditava-se muito em uma descentralização imediata e enfim na criação de um mercado nacional.

Em 1983 o Estúdio Start Anima, fundado em 1966 pelo animador Walbercy Ribas, criou uma das animações mais memoráveis da publicidade brasileira para Faber Castell, inspirada na música de Toquinho, Vinícius de Morais,  Maurizio Fabricio e Guido Morra. O comercial ficou marcado na memória dos espectadores durante gerações e ganhou outras duas versões em 1995 e 2001.

No início dos anos 90, o mercado declinou. A crise financeira no Brasil durante a Era Collor fez com que os investimentos no setor caíssem drasticamente. Otto Guerra foi um dos poucos animadores que continuou produzindo seus filmes, incluindo longas-metragens!

Dentro da nossa história da publicidade temos grandes nomes a serem lembrados: Helvécio Ratton que ingressou na publicidade porque não se produzia cinema de animação em Belo Horizonte. Daniel Messias que criou um estúdio em 1974 e hoje tem alguns dos melhores artistas de São Paulo e uma produção grande de publicidade premiada e  amplamente aceitas pelo público. Eles apresentaram os personagens Peanuts e tem bastante experiência na área de publicidade. Seu Estúdio trabalhou para França na produção de curtas-metragens para uma TV bastante popular no país, Piaf. Yppe Nakashima, que veio do Japão para o Brasil na década de 50 e trabalhou com publicidade para conseguir produzir seus filmes de animação para o cinema. Nakashima foi de grande importância para nossa história da animação. Criou personagens como “Piconzé” que alguns consideram como sendo a primeira animação com maturidade profissional no país. 

Grandes marcas investiram em animação publicitária no Brasil numa época em que esta ainda não tinha grande expressão. Marcas como Sadia, Esso, Kolynos, Varig, Coca-Cola, Caloi, Casas Pernambucanas, Johnson e Johnson dentre outras, fizeram com que a animação brasileira se desenvolvesse e beneficiasse outras áreas, como o cinema. Muito animadores faziam publicidade para poderem fazer seus filmes independentes.

 

 

fontes: Anima Mundi, Almanaque da Comunicação, Brasil Escola

Comentários

comments