Há muito tempo, softwares open source eram sinônimos de programas ruins, que funcionavam mal e davam dor de cabeça. Isso mudou muito de uns tempos pra cá graças ao comprometimento da comunidade. Exemplo disso é o Blender, que é open source e hoje em dia é tido como um dos softwares mais poderosos da indústria 3D – levando em consideração, claro, que é gratuito.

Isso não é por acaso: quando se tem pessoas capazes e que se comprometem, tudo funciona. O bom é que esse tipo de proposta ajuda quem está começando e não pode arcar com preços de softwares comuns.

Com a mesma perspectiva free em mente, temos o NATRON. Esse software voltado para a comunidade VFX –  e fortemente inspirado no Nuke -, foi criado em 2012 por Alexandre Gauthier como um projeto pessoal. Seu projeto ganhou o Boost Yout Code 2013, tendo como prêmio um contrato de 12 meses para o desenvolvimento total do NATRON como open source.

O primeiro grande release a chamar a atenção – o 0.92 de junho de 2014 -, trazia desde já funcionalidades como rotoscopia avançada e ferramentas para chroma key. Mais adiante, outras funções foram adicionadas tais como motion blur real, gerenciamento de cor avançado e vídeo tracking.

A versão 1.0 foi liberada ao público em dezembro de 2014 com uma demonstração de François “CoyHot” Grassard – artista 3D e professor de CGI -, que mostrava a capacidade do NATRON ao lidar com projetos com mais de 100 nodes.

Em janeiro de 2015, o Departamento de Arte e Tecnologia da Imagem (ATI), da Paris 8 University, anunciou que migraria para softwares open sources como Blender, Krita e NATRON, para ensinar computação gráfica aos estudantes e artistas.

NATRON 2.0

Como já ficou claro, o NATRON é um software de pós-produção pesada. Ele é uma alternativa gratuita excelente para quem não pode pagar por Nuke, Fusion e cia. E não se engane: o NATRON é plenamente capaz.

A versão 2.0 do NATRON é uma plataforma completa de VFX disponível para Windows, macOS e Linux. Entre suas funcionalidades notáveis podemos listar algumas:

  • 32 bits floating point linear color processing pipeline.
  • Gerenciamento Colorspace via OpenColorIO.
  • Dezenas de formatos suportados: EXR, DPX, TIFF, PSD, SVG, RAW, JPG, PNG… E mais.
  • Suporte a OpenFX v1.4
  • Multi-threaded rendering pipeline e suporte a proxy rendering.
  • Network rendering.
  • Python scripting.
  • Rotoscope/rotopaint.
  • Motion Editing.
  • Multi-view workflow.
  • Tracker node.
  • Multi-plane.

E isso pra citar o mínimo. O NATRON ainda suporta dezenas de open source OpenFX plugin, além de suportar OpenFX plug-ins comerciais.

De acordo com o site oficial, o release 2.1 trará melhorias no Nodegraph – passará a usar OpenGL ao invés do Qt QGraphicsView framework  -,  integração com Blender Tracker, leitura e escrita de meta-nodes, Optical Flow, Natural matting, Deep data e 3D Workspace.

É muita coisa pra um software open source, não é?

O NATRON 2.0 pode ser baixado aqui e é compatível com Windows, macOS e Linux.


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