Do lápis e papel aos softwares e mesas digitais: como anda o mercado japonês de animação?

No ano passado, o Japão comemorou 100 anos de animação. A indústria de animes no Japão é em grande parte 2D e registrou uma receita recorde de lucro em 2016 de US$ 17,7 bilhões! A questão é que existe uma necessidade crescente de animação digital para atender a demanda de trabalhos do mercado de animação em todo o mundo. Sendo assim, cada vez mais estúdios de animação tradicional estão trabalhando com softwares que permitem uma maior agilidade no processo, como o Toon Boom.

O mercado de animes japonês é o maior do mundo. Impulsionado por sucessos globais como “Your Name” de Makoto Shinkai, das populares animações do Studio Ghibli e de uma cultura internacional insaciável alimentada por serviços de vídeo sob demanda de assinatura, como Netflix e Hulu, o anime está numa encruzilhada. O estúdio D’ART Shtajio, com sede em Tóquio, sabe disso e estava procurando por uma solução digital para criar seu último filme, The Doll. A pesquisa do fundador Arthell S. Isom levou-o para Toon Boom Harmony.

D’ART Shtajio é uma empresa americana que se mudou para o Japão há 12 anos para entender melhor a forma de trabalhar dos japoneses na animação. O diretor de animação da D’ART Shtajio, Henry Thurlow, diz o seguinte sobre o mercado japonês de animação:

“O futuro é digital no Japão; não há como evitar a situação. Em cinco a dez anos, tudo será feito digitalmente”.

O Toon Boom Harmony é o software padrão dentro da indústria de animação norte americana e a OLM, estúdio japonês que produz Pokémon, usa-o para suas produções. O processo de animação japonesa feito no papel é muito eficiente e peculiar. Eles tem uma Pipeline própria de fazer animação tradicional e para satisfazer esse mercado, o Toon Boom conseguiu reproduzir digitalmente o processo japonês.

Os animadores japoneses têm um sistema para passar os papéis ao redor da sala e fazer com que tudo seja verificado pela pessoa certa antes de passar para a próxima fase. Para satisfazer as necessidades dos estúdios japoneses, as soluções de animação digitais 2D ocidentais devem imitar e capacitar esta pipeline única da animação japonesa, ao invés de impor outros processos que não se adequem a logística desse mercado.

Marie-Ève Chartrand, que trabalha na Toon Boom, adaptou scripts existentes para permitir que Harmony imitasse melhor o processo de animação japonês. Isso abriu o caminho para que os artistas não só continuem fazendo animações de qualidade tradicional, mas também criem o trabalho que sempre quiseram com o poder adicional das ferramentas digitais de Toon Boom.

Refletindo sobre sua experiência de transição de animação tradicional para digital, Isom diz:

“Os estúdios japoneses querem agilizar seus sistemas. Meu conselho é: não precisa ser utilizado no momento, mas se você investir em aprender as ferramentas do futuro hoje, quando a indústria estiver pronta, você poderá maximizar os retornos”.

 

Fonte: Cartoon Brew

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