Superwide ou 4K para trabalhar no After Effects? | Ctrl+Alt+N

Em nossa área todos buscamos equipamentos que facilitem nossas vidas de alguma forma. Seja com teclados macro ou hardware de ponta, a palavra de ordem é: upgrade. Mas a peça que tem importância chave no ramo da produção audiovisual – motion, VFX, animação, edição -, é essa coisa retangular a sua frente: o monitor.

Mas além das já conhecidas especificações de fidelidade de cor e etc, outro ponto importante é o espaço de trabalho que determinado monitor dará. Por isso, editores têm por preferência ilhas com dois ou três monitores, às vezes até mesmo quatro para dividir a interface de um Premiere, por exemplo, em separado ganhando assim grande espaço de ação. Isso se repete com coloristas, ilustradores, motion designers e assim por diante.

Já faz algum tempo que marcas renomadas de monitores criaram uma solução interessante para quem gostaria de abandonar o típico modelo mais-de-um-monitor-sobre-a-mesa. Falamos, claro, das telas superwide e 4K.

Superwide com After Effects

Na época do meu finado iMac Quad, adquiri um LG Superwide LED IPS de 29″ para melhorar meu fluxo de trabalho no AE. Eis a belezura:

Ctrl+Alt+N: do monitor Superwide ao 4K no After Effects

Notem o software apresentado.

 

Antes de mais nada, existem duas classes de monitores superwide: os de entrada com 25″ e 29″ com resolução de 2560 x 1080, e os topo de linha de 34″ com resolução 3440 x 1440. Por seu formato wide, esses monitores (principalmente os de 25″), parecem menores que monitores fullHD convencionais. O de 29″ se colocado ao lado de um iMac de 21″ aparenta ser menor; o de 25″ aparenta 14″. O meu era, obviamente, um modelo 29″ de entrada. Mas a diferença já foi notável.

Usar esse monitor com o After Effects foi uma benção. Para quem está acostumado com fullHD, um superwide faz toda diferença na organização. Pode-se ajustar a interface de forma mais inteligente, pois há espaço UI e para a timeline e suas layers. Então num primeiro momento, ele parece justificar o investimento e tal. Mas calma lá.

Se tem algo imensamente importante ao se trabalhar com After Effects – ou qualquer software baseado em layers -, é o espaço vertical que seu monitor possui. E quando falo em espaço vertical, me refiro ao fato de que o AE acumula, com o tempo, centenas de layers dificultando muito nosso manejo. Quem está acostumado a trabalhar com monitores 1920 x 1080p talvez nem note esse problema, mas a partir do momento em que se usa um monitor de maior resolução, a coisa muda.

Um monitor superwide dá espaço horizontal, mas a verticalidade se manteve a 1080p, ou seja, nesse ponto não mudou nada. Continuei esbarrando no limite da altura do monitor, entuchado com o tanto de layers na tela. Ele é ótimo para trabalhar com Premiere, Final Cut ou mesmo Cinema 4D. No After Effects, no entanto, ele é ok, mas não resolve o problema da verticalidade. Os modelos de 34″ certamente melhorariam bastante, mas nunca usei um desse porte.

Há quem sugira que se use um desses em pé, mas essa ideia, apesar de boa, obriga a ter outro monitor ao lado, que é algo de que não gosto.

4K com After Effects

Quando saí do macOS e fui para o Windows, usei o superwide por mais um tempo e senti que era hora de adquirir algo mais interessante. Comecei a olhar monitores 4K de todos os tipos. Descobri então que um monitor bom com resolução 4K é caro, muito caro. Mas também que modelos de 27″ não estavam tão fora da minha realidade. Entretanto, muitos usuários reclamavam dos modelos 27″, dizendo que a tela era pequena para tamanha resolução (dependendo da distância que se usa um monitor 4K é impraticável enxergar ícones e tools).

Então, depois de muito cavucar, pesquisar e conversar com gente que entende, cheguei a isso aqui:

Samsung JU6500 de 40″ 4K, com Chroma 4:4:4 a 60Hz

 

Essa é a Samsung JU6500, um monstro LED de 40″, 4K e Chroma 4:4:4 a 60Hz e imput lag de 48ms – no modo PC 4K. E esse é o monitor que uso desde então. As vantagens em relação ao superwide? Rapaz… Trabalhar com After Effects num treco desses é estar no paraíso. É tanto espaço que não há com o que preencher. O problema da verticalidade do AE vira piada numa tela dessas, e ainda não tive projetos em que precisei alterar a UI a um ponto desconfortável.

Interface do After Effects em 4K.

Interface do After Effects em 4K.

 

Mas cuidado aqui: não se pode comprar qualquer TV 4K para usar como monitor. Rodei muito pela web pra entender os motivos de não se usar TVs pra isso. No entanto, existem excelentes opções que são MUITO mais em conta do que monitores 4K convencionais. Obviamente, monitores dedicados são superiores em alguns aspectos, mas para meu uso em Motion Design, essa JU6500 supre e sobra.

Um dos pontos a se notar é que é preciso de uma placa de vídeo com HDMI 2.0 – como a GTX980 -, para se conectar numa TV dessas com 4K. Em geral, TVs não usam displayport, que é a entrada padrão para 4K em monitores dedicados. Então é bom verificar se sua placa possui HDMI 2.0 (o que é bem fácil de saber, visto que poucos modelos suportam isso).

Para se informar melhor sobre TVs 4K para PC, usem o ótimo Rtings.

Preços

O superwide é mais barato, claro. Uma pesquisa rápida leva a modelos de 29″ LED IPS por R$ 1.300,00, um preço razoável para o que esse tipo de monitor oferece. Já os modelos de 34″ sobem bastante, sendo o mais barato que encontrei por R$ 2.100,00. Quando se vai para monitores 4K, começamos por R$ 2 mil com modelos 27″ e 28″, indo até uns R$ 4 mil.

As TVs variam muito, mas como nem todos os modelos servem para trabalho no PC, precisa-se procurar TVs com chroma 4:4:4@60Hz e tempo de resposta baixo. A JU6500 de 40″, não consegui encontrar disponível pela web, mas seu preço era R$ 3.500,00 (com promos de R$ 2.600,00 à vista). Hoje em dia, acha-se os modelos de 48″ pra cima, com tela curva, da JU6500. São mais caros, com preço começando a R$ 3.500,00, indo até R$ 8 mil.

De todo modo, na época fiz um bom negócio, pois paguei pouco a mais do que um monitor de 27″ 4K.

Veredito

Mais espaço para trabalhar significa mais eficiência para se cumprir tarefas. Nesse quesito é indiscutível o quão melhor um monitor ou TV 4K são superiores aos superwide. O raciocínio que usei para comprar uma TV ao invés de um monitor 4K foi custo-benefício, sempre. Imagine o preço de um monitor dedicado de 40″ 4K? Pois é. Uma TV vale bem menos, e se for escolhida com cuidado, pode ajudar muito seu workflow.

 

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