Dispensando clientes ruins

Um cliente ruim pode sair muito caro para um freelancer.

É claro que, depois do projeto iniciado, é muito difícil abandonar o trabalho e despedir o cliente. Isso só é possível se você tiver um contrato e o cliente quebrar uma das cláusulas. Por isso, a solução é identificar logo no início da conversa se aquele é um bom cliente para você.

Mas, afinal, o que é um bom cliente?

Na verdade, seria mais fácil explicar o que é um mau cliente. Este assunto renderia um artigo à parte (provavelmente ainda escreverei sobre isso).

Um bom cliente não é apenas “uma pessoa gente boa”. Basicamente, é aquele que te oferece um projeto em que você vai conseguir aplicar suas principais habilidades e, de preferência, evoluir e aprender um pouco também.

Além disso, bons clientes pagam uma quantia justa e entendem o valor do nosso trabalho. Se a primeira coisa que o cliente te diz é: “tenho pouca grana para o trabalho”, você deve ficar com um pé atrás.

O valor mínimo de engajamento

Quanto mais experiente é o profissional, mais estreito tende a ser o seu filtro de clientes. É claro, a padaria da esquina nunca vai contratar o Stefan Sagmeister para fazer sua marca.

O preço dos seus projetos é a melhor maneira de filtrar os clientes que chegam até você. É por isso que devemos ter um valor mínimo de engajamento. Ou seja, um valor mínimo que você cobra por qualquer projeto.

Se você estipular, por exemplo, que não realiza trabalhos que custem menos de 3.000 reais, você vai ter uma boa justificativa para clientes com orçamentos muito baixos e vai ser percebido como um profissional mais qualificado.

Aí fica fácil. Você simplesmente diz ao cliente que não faz projetos que valem menos de “x” e se aquilo atenderia às suas expectativas de custo.

Quanto maior for seu VME (valor mínimo de engajamento), mais você vai ser reconhecido como um especialista e melhores clientes vão vir até você. É claro que suas habilidades e a qualidade do seu trabalho deve acompanhar este valor.

Obviamente, em épocas de vacas magras, podemos ser mais flexíveis e ter mais margem para negociações. Mas a verdade é que projetos muito baratos acabam ocupando nosso tempo sem ajudar no nosso desenvolvimento profissional e, com apenas algumas alterações, podem acabar se tornando prejuízo, e não lucro.

O ponto principal é entendermos que não só os clientes precisam nos escolher, nós também devemos escolher nossos clientes. Se o projeto não é estimulante e o valor é muito baixo, talvez seja mais vantajoso ocupar o tempo estudando.

A imagem de capa deste artigo é do projeto KAKAO Friends HomeKit, do estúdio Coreano Grabit!

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