Minha experiência com clientes internacionais

Uma das coisas mais empolgantes em ser motion designer ou ter outra profissão criativa é o fato de que você pode trabalhar remotamente para qualquer parte do mundo. Podemos receber em moedas mais valorizadas que o Real, o que significa mais lucro.

Neste artigo vou contar um pouco da minha experiência pessoal com trabalhos internacionais e o que aprendi com eles até aqui. Este artigo não contém nenhuma verdade absoluta, é tudo baseado no meu ponto de vista. Não deixe de comentar se discordar de algum ponto!

Primeiro passo: o idioma

Se você já fala inglês, pule para o próximo tópico. Esta parte é para quem ainda não está seguro o bastante com o idioma para pegar trabalhos fora.

Eu sempre digo que aprender inglês é fácil, mas demora muito tempo. Ninguém fica fluente em poucos meses e nem mesmo com poucos anos de estudo. O que você precisa é ter consistência – estudar todos os dias um pouquinho, 15 minutos é suficiente – e focar nas coisas certas – falar e escrever.

Falar inglês é um processo natural depois que você já consegue ouvir e entender a língua. A escrita também vem naturalmente depois que você leu muito. Portanto, foque em entender o inglês falado e escrito antes de começar à falar e escrever você mesmo.

É importante lembrar que você não precisa estar falando como um lorde inglês para começar a pegar trabalhos e prospectar clientes. Você só vai saber o seu verdadeiro nível de inglês quando começar a ter comunicação real com os gringos. Mesmo que você não mande tão bem ainda, os clientes vão entender que inglês não é sua primeira língua e vão valorizar seu esforço em tentar falar com eles.

Como conseguir clientes internacionais?

Os (poucos) clientes internacionais que eu consegui até hoje vieram principalmente do Dribbble e de um site de empregos para startups que eu recomendo, chamado Angel List. Tenho amigos que já foram encontrados pelo Behance também!

Portanto, é importante manter todas as redes sociais profissionais atualizadas. Seja ativo nelas e, claro, faça parte de todas, se possível!

Outra dica legal é fazer parte de grupos do facebook de Motion de outros países. Faço parte do “Motion Graphics London”, por exemplo. Lá eles sempre postam demandas de trabalho. Sempre vale a pena arriscar e enviar propostas para trabalhar remotamente.

Como cobrar em outra moeda?

Esta é uma conversa que estava tendo com meu amigo Higor Pereira e eu disse pra ele que deveríamos cobrar o mesmo valor que cobramos em reais, só que na moeda do cliente. Ou seja, para um trabalho de 1.000 reais, seriam 1.000 dólares. Mas depois de conversar com pessoas de fora, vi que essa não é exatamente uma boa estratégia!

A primeira coisa que você tem que ter em mente é que o trabalho remoto é custoso para o cliente. É muito mais simples trabalhar com quem está perto, quando você pode fazer reuniões presenciais e até colocar o freelancer para trabalhar in loco. Portanto, é esperado que um freelancer remoto seja mais barato que alguém da própria cidade.

Pense bem: um Motion Designer freelancer em Londres ganha algo ao redor de 200 a 300 Libras por dia. O valor da Libra hoje é mais que 5 reais, ou seja, se você cobrar no Brasil o que eles pagam em Londres, ganharia um valor bastante irreal para a realidade Brasileira.

Claro que você, certamente, ainda vai estar ganhando mais do que com um cliente Brasileiro, mas cuidado para não cobrar um valor totalmente irreal só porque o cliente vai pagar em uma moeda que vale mais.

Procurar saber quanto os profissionais do país que quer te contratar geralmente cobram vai te ajudar muito. Lembre-se, você provavelmente vai receber menos do que eles e mais do que em um trabalho pago em reais.

Tem que gerar Nota Fiscal?

Não sou especialista no assunto mas vejo que, na Europa, por exemplo, geração de notas fiscais como pessoa jurídica não são imprescindíveis como no Brasil. Tenho um cliente na Bélgica para o qual eu uso este website para gerar “invoices” gratuitos e que servem como comprovantes dos serviços prestados.

Na inglaterra, um contrato simples já é o suficiente também, segundo um dono de um estúdio de lá com o qual eu conversei.

Se você tiver alguma informação que eu desconheça a este respeito, por favor, comente!

E você? Já fez trabalhos internacionais? Como conseguiu captá-los? Compartilhe suas experiências para que todo mundo tenha este conhecimento e possamos nos tornar profissionais cada vez mais globais.

A ilustração da capa deste artigo é de Tatsuro Kiuchi

Comentários

comments