Bullpen e a nova geração de Estúdios

Este artigo é uma tradução livre do artigo “Introducing Bullpen and the art of going it on your own”, postado por Joe Donaldson no Motionographer.

Nas últimas décadas, o número de grandes estúdios tem diminuído muito. Os estúdios tradicionais continuam sendo os mesmos, mas em menor número.

A indústria mudou e hoje, indivíduos ou pequenos times fazem um trabalho tão bom quanto os gigantes e aprendem a ser empreendedores na prática, enquanto trabalham da sua própria maneira.

Assim como no passado nós testemunhamos a indústria favorecer apenas grandes empresas, hoje vemos o contrário, o que gera oportunidades, inclusive, para o trabalho remoto. Indivíduos estão mais empoderados que nunca. Você não precisa mais montar um escritório com uma estrutura cara para fazer ótimos trabalhos.

É o caso da recém formada Bullpen!

Iniciada por Elliot Lim e Aaron Kemnitzer, Bullpen é um grande exemplo da nova geração de estúdios. Com muito conhecimento e experiência, Elliot é da costa oeste e Aaron da costa leste dos Estados Unidos, e mesmo assim os dois são capazes de trabalhar juntos e fazer trabalhos incríveis de qualquer lugar e para qualquer lugar do mundo.

A seguir uma pequena entrevista com Elliot e aaron sobre a experiência deles e o que os levou a formar a Bullpen.

P: Primeiro, podem falar um pouco sobre vocês?

Nós somos amigos antigos. Trabalhamos juntos na Digital Kitchen em Chicago, a mais de 10 anos atrás, onde nos conhecemos. Desde então, nós procurávamos formas de fazer trabalhos juntos, sempre que podíamos. Com Bullpen, nós agora podemos fazer isso full time!

P: Como a Bullpen surgiu?

Nós sempre conversamos sobre criar um estúdio, mas a Bullpen surgiu, principalmente, de uma insatisfação nossa com a indústria atual. Claro que nós aprendemos muito trabalhando em grandes estúdios de animação, mas também víamos os lados ruins: grandes despesas para se manter, lidar com investidores, parcerias ruins…

Então nós começamos com a ideal de manter as despesas baixas para que pudéssemos priorizar a qualidade dos projetos. Assim podemos os dois nos concentrar em pôr a mão na massa em cada projeto que aparece.

P: Vocês dois tem uma vasta experiência. O que os levou a abrir um estúdio logo agora?

Nós simplesmente chegamos a um ponto onde sentíamos que não fazia sentido NÃO abrir um estúdio. Trabalhar como diretor ou freelancer não estava mais nos dando a oportunidade de fazer o tipo de projeto que queríamos fazer.

P: Como o fato de cada um estar em um lado do país influencia o processo de vocês?

Nós acreditamos que estar cada um em uma costa tem muitas vantagens: nós temos mais horas de trabalho pelos diferentes fuso horários, e estamos perto dos dois maiores mercados de animação do mundo, Nova York e o Vale do Silício. Nós com certeza não fomos a primeira empresa a surgir com o princípio de ser pequena e ágil, mas acreditamos que esta é a direção que a indústria está seguindo atualmente. Com Dropbox, Google Drive, Slack e outras ferramentas, é muito fácil trabalhar à distância, sem problemas!

Há também o benefício de menos distração e zero tempo de deslocamento. Considerando o Metrô de Nova York, isso não é nada irrelevante.

P: Qual seria o projeto ideal para Bullpen?

Animação é uma ferramenta poderosa para comunicar assuntos complexos de uma maneira fácil, leve e nós gostamos de fazer isso para causas que acreditamos. O trabalho que fizemos para o Greenpeace e os Alcoólatras Anônimos (que vai ser lançado em breve) são bons exemplos. E, claro, temos nossa lista de desejos: NBA, Tesla e Playstation. Adoraríamos trabalhar com estas marcas!

P: Finalmente, com mudanças constantes no mundo do Motion Design, o que vocês esperam para o futuro do mercado?

Nós, à pouco tempo, éramos profissionais contratados ou freelancers e esta experiência não vai ser esquecida tão cedo. O que queremos é tratar nossos colaboradores da forma correta, pagar bem e não cobrar taxas desnecessárias dos clientes. Queremos criar um novo padrão de tratamento para freelancers e nossos futuros empregados.

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