FREELANCERS & EQUIPES

Existe uma diferença muito grande entre trabalhar como um freelancer solo e como freelancer em equipe, e ter conhecimento sobre essa diferença é importante porque se você não souber como se portar, qual é a sua função, como funciona a distribuição de tarefas em uma equipe, você pode começar a ficar bem preocupado e confuso dentro de uma pipeline de trabalho.

Projetos de tamanho médio/grande

Quando você entra em um projeto que tem uma equipe maior, logo de cara você nota que há uma comunicação centralizada. Não são conversas individuais via Whatsapp, nem tanta troca de e-mails, os quais são trocados geralmente apenas para questões burocráticas. A comunicação é via alguma plataforma do tipo Slack, Discord, Trello, etc. Esse é o primeiro ponto. A equipe centraliza toda a comunicação dentro dessa plataforma e todas as pessoas que participam do projeto vão mandar seus vídeos por lá, para aprovação, para os outros verem e conversarem sobre todas as considerações a serem feitas. E em relação a esses softwares, é bom que você tenha todos a sua disposição para quando precisar, pois há clientes que só falam pelo Whatsapp, outros que só lidam com Slack, outros pelo Telegram, dentre outros, e há aqueles que só falam por e-mail. Então, dependendo da equipe e do cliente, haverá uma plataforma específica para a comunicação e você precisará se adaptar a ela. Existe a necessidade de sermos flexíveis o tempo todo com relação a isso.

A divisão das funções de maneira estruturada deve ser feita de acordo com a necessidade do projeto; ilustração, direção de arte, design, motion, animação frame a frame, 3D, composição, produção e direção criativa. Essa divisão de maneira estruturada facilita para você freelancer se achar, para que não fique perdido no começo do projeto. É importante se situar e saber exatamente qual será a sua parte no projeto, senão você começa a fazer alguma coisa que não está no combinado. Se você é pago para fazer animação, então você só irá animar; se você é pago como motion designer, fará o design e também a animação da peça. E assim por diante, se limitando apenas a sua parte no projeto. Claro que, se o(a) diretor(a) der liberdade para você dar outras soluções, então dê pitaco, mesmo que a área a qual você está fazendo sugestões não tenha relação com a sua nesse projeto. É bom mostrar iniciativa e interesse pelo projeto e ter essa predisposição em querer melhorá-lo. Mas se os profissionais do topo da hierarquia não derem essa abertura para sugestões, daí você se limita apenas a sua área e função, senão pode pegar mal.

Alguns profissionais entram em momentos diferentes, cumprem suas funções, e saem logo após. Isso é algo que acontece muito em fluxos de trabalho maiores. O profissional entra e tem um tempo de permanecer no projeto, depois de finalizar ele simplesmente sai. Geralmente, os motion designers e animadores são os últimos a entrar no projeto, fazendo parte do acabamento final. Os primeiros a entrar são roteiristas, concept artists, profissionais que fazem os storyboards e animatics, e demais que fazem parte da pré-produção e planejamento. Então, é natural não estar presente no projeto do início ao fim nesses casos; os profissionais entram apenas para exercer suas funções, e saem.

Projetos pequenos

Normalmente, o tipo de projeto que mais chega para todos é o que um motion design se encarrega de tudo que o envolve. É o “resolve aí”. O motion designer faz animação, composição, direção de arte, etc, a partir de um briefing. É comum que, por conta de várias funções a serem feitas por uma única pessoa, muitos motion designers recusem os projetos que envolvem alguma habilidade ou técnica que eles não sabem fazer. Antes de recusar esse tipo de projeto, considere chamar alguém para trabalhar junto a você. Trabalhar em equipe com um colega da área pode ser vantajoso. A contratação desse profissional extra deve estar vinculada ao valor final do orçamento repassado. O legal de montar a sua própria equipe é que você começa a ter noções de direção. Você não precisa necessariamente começar contratando umas dez pessoas. Comece aos poucos sem se arriscar tanto. Montar essas equipes pequenas te proporciona pegar projetos que provavelmente você não pegaria por não ter as habilidades que esse projeto exige, além das noções de direção e de workflow em equipe, daí quando entrar em projetos maiores você já irá ter uma certa noção de como tudo funciona.


Este artigo é um resumo do que foi abordado na live FREELANCERS & EQUIPES, episódio 41 do Manual do Freelancer.

O Manual do Freelancer é uma série de lives apresentadas por Dhyan Shanasa Ester Rossoni (os Supernova Duo), trazendo dicas para a comunidade e aprofundando na parte mais burocrática da indústria de motion design e animação. As lives do Manual do Freelancer acontecem nas segundas-feiras às 16h, no canal do Layer Lemonade no Youtube. Você pode conferir todos os outros episódios na playlist do Manual do Freelancer. Logo após o término da live, o episódio fica disponível automaticamente no canal.

Assista a live na íntegra (disponível acima, no começo deste artigo) para conferir todo o conteúdo discutido a respeito desse tema. A parte final da live é dedicada a responder perguntas, deixadas pela comunidade no chat ao vivo e também na caixa de perguntas disponibilizada no Instagram do Layer Lemonade e do Supernova Duo. Contamos com a sua presença na próxima live do Manual do Freelancer, na segunda-feira às 16h.


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