Quando mudei pra Inglaterra, muito da minha vida mudou junto. Já fazia freelas no Brasil e alguns pra Inglaterra e recebi a tão sonhada proposta de emprego. Peguei meu passaporte e corri comprar a passagem. 

Quando chegou a pandemia, primeiro lockdown e a empresa faliu. Fiquei com freelas por um tempo, até que não dava mais pq não tinha tantos clientes assim e aqui, como qualquer lugar, era sempre no boca a boca (estou pra te contar que não tinha tantos contatos assim por aqui). Fui fazer os tais dos “side hustles” (trabalhar em outras áreas pra pagar as contas). Tudo naquela pressa. Já tinha o meu settlement, podia trabalhar com qualquer coisa aqui e foi isso que me salvou. 

A decisão de ficar me custou um monte de coisas, inclusive o conforto razoável que tinha no Brasil, apesar de trabalhar muitas horas extras e fazer muita coisa que não devia como prática trabalhista (inclusive ficar sem almoço). 

Porém, como já contei antes, isso que fiz na Inglaterra tá longe de ser o ideal e acabava comigo, com horários bem malucos e sem conseguir fazer quase nada com os clientes que tinha antes. O trabalho tava matando o trabalho. Louco. Não tava nem conseguindo escrever por aqui. 

Não era e não é interessante pra mim continuar com isso sem ao menos conseguir ser designer gráfica ou qualquer coisa relacionada a arte. Aqui ou no Brasil, não fazia sentido. Quanta gente não passa pela mesma coisa, né? 

Achei uma solução (depois conto mais) e corri pra arrumar outro emprego que fosse pelo menos nas horas normais de trabalho por aqui – das 9h às 17h, assim que as regras do lockdown deram uma aliviada. 

E o que eu tô querendo dizer com tudo isso? Que a gente precisa encontrar uma solução pra conseguir fazer do interessante uma realidade. E às vezes isso significa percorrer um caminho diferente, mais longo, mais “chato” pra chegar lá. E dói, claro que dói, principalmente porque a gente tem que esperar pra caramba às vezes pra conseguir tomar essa decisão (as responsabilidades falam muito alto). 

Mas é isso. “Tô de volta” e vai ser aos trancos e barrancos, fazendo mil projetos, mas vai dar certo (mesmo que demore mais do que eu queria), porque vai ser interessante. 

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