The Black Cauldron – O filme que quase quebrou os Studios Disney

                  The Black Cauldron – O Caldeirão Mágico

Todo grande studio de se preze, tem algum grande fracasso no seu histórico. É aquele velho ditado: “todo mundo vê a cachaça que bebo, mas ninguém vê os tombos que eu levo”. Com os Studios Disney não foi diferente.

 

The Black Cauldron ou O Caldeirão Mágico, lançado em 1985, foi um fracasso completo de bilheteria e quase quebrou os Studios Disney. Esse longa de animação foi um dos mais caros filmes feitos na época, com um orçamento de produção de aproximadamente US$ 45 milhões e arrecadou menos da metade, US$ 21 milhões. Realmente, o patrão foi a loucura!

Horned King

The Black Cauldron foi o 25º filme lançado pelos Studios Disney, um projeto extremamente ambicioso. Foi baseado nos cinco volumes da obra de Lloyd Alexander, As Crônicas de Prydain, cujos direitos autorais foram comprados em 1971.

O filme é dirigido por Ted Berman e Richard Rich, que anteriormente haviam dirigido o filme The Fox and the Hound (1981). Foi o primeiro filme de animação da Disney a receber uma classificação PG (Parental Guidance) da MPAA, que é o sistema de classificação de filmes por faixa etária dos EUA e também o primeiro do estúdio a utilizar técnicas em computação gráfica em algumas cenas, substituindo a xerografia na Disney.

Fflewddur Fflam, Taran e a Princesa Eilonwy

Mas porque The Black Cauldron foi um fracasso de bilheteria? Bom, foram muitos fatores que levaram a isso. O trabalho de adaptação de roteiro dos livros, As Crônica de Prydain, começou em 1973. Com isso a filme começou a ser produzido de fato em 1980, ou seja, demorou mais de 10 anos pra ser produzido e lançado. O filme teve muitos problemas de roteiro, pois condensar todos os livros num filme fez com que muito da essência da obra se perdesse. Nessa época a Disney tinha uma política de não fazer filmes com continuação. Outra questão que prejudicou bastante a qualidade gráfica em alguns momentos do filme, foi que muitos dos animadores sêniors dos Studios Disney saíram durante o processo, fazendo com que a equipe fosse incorporada por animadores de pouca experiência. Mas o que realmente pesou na aceitação do filme pelo público, foi seu aspecto obscuro. The Black Cauldron destoa muito das características comuns dos filmes Disney, pois tem uma paleta de cores escura, pouca trilha, muita violência explícita e um vilão bastante assustador, Horned King, diferente dos vilões convencionais e cartunescos dos filmes Disney. Pouco antes do lançamento do filme nos cinemas, o recém-nomeado presidente da Disney Jeffrey Katzenberg, ordenou que algumas cenas do longa fossem cortadas principalmente pelo receio de que a sua natureza e história sombria pudessem assustar o público infantil. Foram cortados 12 minutos do filme, o que é bastante incomum quando se trata de animação.

Taran e Hen Wen

Depois do fracasso de bilheteria de The Black Cauldron, o departamento de animação da Disney quase foi extinto e passou por reformar drásticas.

Lloyd Alexander, o autor de As Crônicas de Prydain, fez a seguinte crítica:

“Em primeiro lugar, devo dizer que não há nenhuma semelhança entre o filme e o livro. Dito isto, o filme em si, apenas como um filme, é um tanto agradável. Eu me diverti assistindo-o. O que eu espero é que quem for ver o filme certamente possa apreciá-lo, mas também espero que as pessoas também leia o livro. O livro é bem diferente, é muito poderoso, com uma história muito comovente, e eu acho que as pessoas iriam encontrar muito mais clareza e detalhes no livro.”

Em 2016 os Studios Disney anunciaram que existe a possibilidade de um reboot da animação com uma série de filmes novos. Quem sabe, dessa vez, The Black Cauldron faça o sucesso necessário para ofuscar o fracasso do passado.

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