5 perguntas para criar Styleframes matadores

A narrativa visual, no formato de Motion Design, tem a incrível capacidade de afetar o público por meio de design e animação cativantes.

Mas o que faz uma peça se destacar mais do que outras? O segredo está na historia, o tal do storytelling, e para termos o norte visual desta narrativa, é que entra os styleframes.

O que são styleframes?

o Styleframe é um frame que determina todo o apelo visual que o motion, filme e qualquer produção audiovisual deverá ter. É basicamente a direção de arte aplicada em um único frame, como a fotografia, temática, paleta de cor, tipografia e etc.

Obviamente, a depender do tipo de produção teremos um ou vários styleframes. Vamos ver um exemplo através do trabalho do motion designer argentino Pablo Kerlleñevich.

Exemplo de styleframe
Exemplo de styleframe 2
Exemplos de styleframes
Peça finalizada

Já que já explicamos o que são styleframes, vamos agora as 5 perguntas de ouro.

1- Para quem é esta peça?

Essa pergunta pode parecer óbvia, mas além de conhecer o público para o qual a história está sendo contada, você também deve se perguntar sobre os traços de caráter de seu público.

Quais são seus interesses? O que eles são atraídos? O que os motiva? E, finalmente, como eles devem se sentir depois de assistir a esta peça? 

Estabelecer quem é o seu público vai andar de mãos dadas com a próxima pergunta. 

2-Quem ou o que é o protagonista?

Seu público deve se importar com o que é a história, porque eles devem se preocupar com seu protagonista.  

Por que? Bem, porque de acordo com Lisa Cron , autora de Wired for Story Story or Die , o protagonista se torna a lente através da qual vivenciamos a história, e um protagonista bem definido é emocionalmente relacionável. 

Vemos o que eles veem e sentimos o que eles sentem. Conheça seu protagonista em um nível profundo e aprenda o que o motiva.

Uma ótima maneira de descobrir isso é se perguntar: “No que eles acreditam atualmente?” Depois de entender a visão de mundo deles (sobre a qual falaremos mais adiante), você pode começar a entender a história deles e por que ela é importante para o seu público. 

Isso é o que atrai seu público para seus quadros (e história) e será um fator-chave em suas decisões de design. 

3- Sobre o que é a história? 

Agora que conhecemos nosso público e estabelecemos nosso protagonista, é hora de entender por que seu público deve se importar com a história. 

Como Lisa afirma em Wired for Story e Story or Die, a história é sobre como seu protagonista muda.

Pergunte a si mesmo, o que está acontecendo com seu protagonista e como eles são afetados? O que eles acreditam atualmente que está fazendo com que não alcancem todo o seu potencial? Como é o diálogo interno deles?

Ironicamente, essas perguntas também são as perguntas que seu público deveria se fazer. 

Ao descobrir o ponto de vista de seu protagonista, fica claro que a história não é sobre as mudanças externas que acontecem ao redor do protagonista, mas sim sobre as mudanças internas que estão ocorrendo. 

Mas como você personifica essas mudanças e emoções internas? É aí que sua criatividade entra em ação. 

Vídeo de introdução destacando a jornada de um herói criado para o Training Camp Fitness por Formerle

 4-Que tom ou humor eu preciso transmitir? 

Agora que temos uma ideia bem definida sobre o que é a história, quem é nosso protagonista e por que nosso público deve se importar, é hora de definir o tom de nossos enquadramentos e, por fim, de nossa história. 

  • Quais cores você usará para transmitir o tom? 
  • Como você enquadrará suas composições?  
  • Como você retratará seu protagonista para que o público se relacione com ele? 
  • Quais truques de câmera você utilizará? 
  • Como você usará a hierarquia para guiar os olhos do espectador? 

É hora de colocar esses princípios de design e habilidades cinematográficas em prática. Mas lembre-se, use-os com sabedoria. Encontre um equilíbrio e certifique-se de que suas decisões criativas continuem a apoiar suas respostas às perguntas acima. 

5-Quais recursos visuais complementarão esta história? 

Com nossa história e humor estabelecidos, é hora de descobrir quais objetos terão o maior impacto emocional. 

  • Você contará sua história literal ou metaforicamente? 
  • Quais itens você retirará de seu kit de ferramentas para realizar o trabalho? 
  • Serão personagens? Objetos? Texturas? Tipografia? 2D? 3D? Imagens de ação ao vivo? Projeto? Ilustração?

O mundo realmente se torna sua ostra aqui. E como Motion Designers, sabemos que é aqui que a mágica acontece. Estamos construindo a ponte que liga a narrativa ao visual. 

Mas por que não entramos no design desde o início? 

Porque, sem a história totalmente definida, estaríamos simplesmente fazendo imagens bonitas e, como aprendemos anteriormente, as imagens bonitas por si só não incentivarão o público a agir; no entanto, a história faz. 

Entender por que a história importa é a chave para criar molduras de estilo significativas e uma peça impactante. Quando abordada com cuidado, a história tem o potencial de mudar uma peça de reconhecível para icônica. 

Ao estudar os elementos de uma grande história, enquanto praticamos o ofício do Motion Design, temos a profunda oportunidade de fazer algo não apenas notável, mas verdadeiramente inesquecível.

Já que estamos falando de processos criativos, sugiro a leitura deste artigo sobre a criação de personagens fantásticos.

Imagem de capa by Pablo Kerlleñevich

  

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